quinta-feira, 15 de março de 2018

Marielle: O seu silêncio é a nossa voz!

Marielle Francisco da Silva nasceu mulher, negra, favelada, e depois foi ser mãe solteira. Feminista, muito cedo, já começou a participar das lutas em defesa dos direitos humanos, por justiça social, contra as ações violentas nas favelas. Com a garra que só as mulheres, as negras, as faveladas conhecem tão bem, formou-se socióloga, e fez mestrado em Administração Pública. Nas eleições municipais do Rio de Janeiro, em 2016, foi eleita vereadora, com 46.502 votos, quinta mais votada no município.
Marielle era extremamente crítica da intervenção federal, na segurança pública do Rio de Janeiro. Há duas semanas, ela assumiu a função de relatora da Comissão da Câmara de Vereadores do Rio, criada para acompanhar a atuação das tropas na intervenção.
No sábado, dia 10 de março, Marielle usou rede social para denunciar, mais uma vez: "Precisamos gritar para que todos saibam o está acontecendo em Acari nesse momento. O 41° Batalhão da Polícia Militar do Rio de Janeiro está aterrorizando e violentando os moradores. Nessa semana, dois jovens foram mortos e jogados em um valão. Hoje, a polícia andou pelas ruas ameaçando os moradores. Acontece desde sempre e com a intervenção ficou ainda pior".
Marielle morreu na luta! Foi brutalmente assassinada, ontem à noite, após ter participado do evento chamado "Jovens Negras Movendo Estruturas", na Lapa (RJ).

Depois de mais essa tragédia, que tanto envergonha os seres que persistem humanos, ainda temos de aguentar “notas de lamento” dos conhecidos vampiro brasileiro, cri-crivela e pezão de mãos grandes. O que será que eles lamentam primeiro: terem nascido, ou terem se candidatado? O dito “santo do pau oco” só não pode se chatear, senão, repete a viagem à europa, e gasta mais R$ 150 mil, em cinco dias – tudo, por conta da rapa dos cofres públicos cariocas.

Urgente
Neste momento de dor e revolta, nem penso que seja urgente todo mundo repensar. É mais que urgente: pensar – isso sim. Pensar uma vez na vida.
Que os deuses da justiça e da política brasileira pensem.
Que os (ir)responsáveis por programas policialescos pensem.
Que a bancada da bala pense.
Que cada trabalhador militarizado pense.
Que os retrógrados milicianos pensem.
Que os defensores da volta da ditadura pensem.
Que os cérebros mais ocos pensem.
Pensemos todos – uma vez na vida.

Novela – tem todo dia, gente. A vida acaba – sem final feliz.

Hoje, todas as mulheres, as negras, as faveladas, choram sua morte, Marielle! Hoje, todos os homens que amam as mulheres, as negras, as faveladas, choram a sua morte, Marielle! E todo esse choro, que se derrama pelo Brasil e em tantos outros países, grita: O seu silêncio é a nossa voz, Marielle!